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Crítica | Superman Legacy: Entre a tentativa de humanizar e a saudade do Cavill

Imagem: Warner Bros. Pictures/Divulgação

Fui assistir ao novo Superman cheio de expectativa. Afinal, estamos falando do pontapé inicial do novo DCU de James Gunn, um filme que já vinha sendo prometido como o “recomeço” de tudo. Só que, sendo bem honesto, saí com uma mistura de frustração e estranheza.

Sim, eu entendo a proposta: a ideia era mostrar um Superman mais humano, mais vulnerável, com dilemas reais. Mas a diferença em relação ao que a gente vinha vendo até aqui é tão grande que chega a incomodar. A cada cena, eu sentia mais falta do Henry Cavill e da imponência que ele trazia pro papel.

Um Superman mais humano… até demais

Logo de cara o filme deixa claro que não teremos aquele Superman invencível e cheio de presença. Aqui, Clark Kent é colocado em uma série de dilemas que tentam aproximar o personagem da gente: ele não sabe se deve se assumir como kryptoniano ou seguir apenas como humano; não sabe até onde pode intervir em conflitos da Terra; e em muitos momentos se questiona se a humanidade realmente precisa dele.

Essa abordagem até tem seu valor — é interessante ver o lado psicológico de um herói que sempre foi retratado como perfeito. Só que, pra mim, a balança pendeu demais. O Superman do filme parece frágil, quase apagado em certas cenas. Você não sente aquela segurança, aquela imponência que sempre fizeram parte da essência do personagem.

Falta de ação (e de impacto)

Outro ponto que me incomodou foi a falta de ação realmente empolgante. Sim, temos batalhas, temos confrontos, mas nada que chegue perto do nível épico que esperamos de um filme do Superman.
É tudo muito contido, como se o filme tivesse medo de exagerar. No fim, a sensação é de que estamos vendo mais um drama com superpoderes do que um blockbuster do maior herói da DC.

Quem esperava algo no estilo Homem de Aço, com cenas arrepiantes e destruição em larga escala, vai se decepcionar. Aqui, a aposta é em conversas, dilemas e reflexões — o que até pode ser legal em alguns momentos, mas se torna cansativo quando é praticamente o foco do filme inteiro.

Lois Lane, Lex Luthor e os coadjuvantes

Apesar das minhas críticas, é justo destacar alguns pontos positivos. Lois Lane, interpretada pela Rachel Brosnahan, funciona bem: ela tem carisma, é inteligente e não fica apenas como “a mocinha em perigo”.
Nicholas Hoult, como Lex Luthor, também entrega uma boa performance — embora o personagem ainda não seja o vilão definitivo que a gente espera ver, dá pra sentir que ele está sendo preparado pra algo maior nos próximos filmes.

Outro destaque vai para as aparições de outros heróis, que ajudam a mostrar que o universo DC já existe além do Superman. Isso dá um certo frescor e até empolga pra o que pode vir depois.

Krypto: referência ou ponto fraco?

E tem um detalhe que me incomodou um pouco: o Krypto. No filme, ele acaba quebrando a tensão e até fragilizando o Superman, tornando-o menos impactante. Para mim, o efeito é de um ponto fraco extra que não era necessário. Não me atreveria a dizer que ele não deveria estar no filme — muito pelo contrário, eu mesmo queria muito vê-lo lá — mas talvez representado de uma forma um pouco diferente.

A trilha sonora que dá o tom

E apesar das minhas críticas — da saudade do Cavill, da falta de ação — uma coisa o filme acertou: a trilha sonora. Os compositores John Murphy e David Fleming trouxeram de volta o tema clássico de John Williams e o misturaram com músicas modernas (rock, punk, indie) de um jeito que às vezes chega a arrepiar. A faixa Punkrocker, com Iggy Pop, nos créditos, dá aquele clima de encerramento que fica na cabeça.

Esse cuidado musical mostra que, mesmo com falhas, o filme queria dar peso emocional, não só visual.

A saudade do Cavill

Mas não tem jeito: toda vez que o Superman aparece, a comparação é inevitável. Henry Cavill pode não ter tido a melhor sorte nos roteiros, mas a presença dele era inquestionável. Ele era o Superman. Forte, imponente, icônico.

David Corenswet se esforça, e não dá pra dizer que ele é ruim — mas, pelo menos nesse primeiro filme, ele não transmite a mesma grandiosidade. Em vez de um herói que inspira confiança, muitas vezes temos a impressão de estar vendo um Clark perdido, inseguro e sem aquele brilho que sempre marcou o personagem.

O saldo final

No fim das contas, Superman é um filme corajoso. Ele tenta reinventar um dos maiores ícones da cultura pop, trazendo um lado mais humano e vulnerável que muitos pediam. Só que, na tentativa de mostrar esse “outro Superman”, ele acaba deixando de lado justamente aquilo que sempre fez o herói ser tão especial: a imponência, a ação, o impacto.

Leia também: Crítica | Jurassic World: Recomeço — Dinossauros ou Monstros?

Não é um desastre — o filme tem seus momentos bons, personagens interessantes e abre espaço para o futuro do DCU. Mas, pra quem cresceu vendo o Superman como um símbolo de esperança e poder, fica aquela sensação de vazio. Eu, particularmente, senti mais saudade do Cavill do que empolgação com esse novo começo.

★ ★ ★ ☆ ☆ Nota: 6,5/10

E você?

Gostou dessa nova visão mais “humana” do Superman ou também ficou com a sensação de que faltou o herói ser… o Superman de verdade?

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Administrador e editor do 1Nerd, bacharel em Ciência da Computação, gamer desde sempre e apaixonado por tecnologia, cultura pop e entretenimento nerd. Sempre buscando trazer as principais novidades, curiosidades e tendências desse universo que tanto admiro.

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